Ele e Ela (IV)

Ela: Já reparaste na forma displicente e orgulhosa com que tu dizes: "Larguei-me. Foi cá um!". Como se tivesse sido o momento alto do teu dia.
Ele: Eu tenho uma relação quase parental com os meus "púns".
Ela: Olha só esse termo: "PÚM!" É a prova que vocês homens fazem disso uma diversão. "Pum" é um termo infantil!!
Ele: Querias que nós dissessemos o quê: "Ai, ai, ai que vai descolar uma flatulência gastro-intestinal com saída à rectaguarda!"
Ela: Diz-me sinceramente: alguma vez te retraíste para não largar um gás?
Ele: Claro que sim, tantas vezes!!!!
Ela: Dá-me um exemplo.
Ele: Assim de repente não me lembro!
Ela: 'Tás a ver!!!
Ele: Como é que tu queres que eu me lembre de quando não larguei um traque. Não é propriamente uma coisa que se aponte na agenda para mais tarde recordar. E nem é nada de que as finanças nos venha pedir contas.
Ela: Mas secalhar lembras-te de quando deste o último.
Ele: Até me lembro. Mas a grande questão está em fazê-lo de forma discreta.
Ela: Bolas, como é que é possível largar um gás sem os outros darem por isso?
Ele: Já ouviste falar de pantufas??
Ela (baralhada): O QUÊ!!!!
Ele: Olha, imagina que a meio da noite te dá uma vontade enorme de ir à casa de banho. Tu sabes que até lá o chão está frio. Tu estás quente debaixo dos lençóis. Não tens a minima vontade de pôr os pés no chão frio. Tens de calçar qualquer coisa. Mas está tudo a dormir e tu não queres acordar ninguém. Por isso não calças nunhuns sapatos de saltos altos, nenhumas socas ou galochas porque sabes que vão fazer barulho!. O que é que calças??? Umas pantufas!!!!
Ela (com ar de frete): Eu sei o que são umas pantufas!!
Ele: Pronto!!! Os gases, por vezes, também saem de pantufas para não fazerem barulho!! Isso é uma coisa que se consegue fazer se libertarmos a tripa lentamente. Primeiro contraímos as nádegas, depois deixamos a matéria gasosa afluir ao canal e finalmente, com muito cuidado, vamos soltando lentamente os músculos das nádegas por forma a que a quantidade de gás libertada nunca seja superior ao espaço de passagem. Se isso não for conseguido o próprio gás sente-se aprisionado e lança como que um sinal de aviso! É a mãe-natureza a funcionar. Percebes?
Ela (embasbacada): É portanto uma questão de técnica!!!!
Ele: Eu chamo-lhe dominio corporal!!!

(Continua)